Vai. Faz um esforço. Só mais um pouquinho. Não desiste. Na verdade ainda falta muito, mas não desiste. É para o seu bem. Sete, seis, cinco, quatro... Chega! Pulei o três. Ai, já era o dois também. Um! Descansa. Finalmente. Como assim próxima série? Deus, para que dois lados? Que a esquerda entenda o que a direita fez e finja que fez também.
Está certo. Ralar na academia não é essencial para a vida. Mas fazer alguma coisa para movimentá-la é. Nem o corpo nem a alma evoluem sem esforço, sem sacrifícios. Quando se deixa para amanhã, acaba ficando para semana que vem, pro início do mês seguinte, e aí... Já viu, né? A única coisa que nos pertence é o agora. O ontem não dá mais para mudar e o amanhã pode nos surpreender sendo a última página do livro. Por mais que depois desse venham outros, ele continuará escrito e de nossa autoria e responsabilidade. Melhor não enrolar e encher essa história de peripécias positivas. As adversidades aparecerão naturalmente, mas cabe a cada um ser um perfeito protagonista e superar todas elas.
Era uma vez uma lagarta que já estava bem acostumada em ser uma lagartinha sem sal na sua vidinha sem graça. Ela gostava de olhar as lindas borboletas que voavam perto dela. Muitas delas já tinham sido suas amigas quando ainda lagartas. Ela ficava observando as cores e imaginando como seria poder voar por aí. Já tinham dito para ela que ela também poderia ser assim se passasse pelo processo de metamorfose. Mas aquilo parecia arriscado. Ela já sabia tudo sobre ser lagarta e nada sobre ser borboleta. Será que ela ia se acostumar? E também tinham dito que para isso ela teria que se fechar num casulo e concentrar todas as suas forças no seu interior, pois a transformação se dava de dentro pra fora, e teria que ir abrindo mão de sua forma antiga para construir outra totalmente nova. Terá nossa lagartinha coragem para evoluir? Dizem que nenhuma das borboletas se arrependeu.