Ele – Amor?
Ela – O que foi?
Ele – Está tudo bem?
Ela – Por que a pergunta?Ele – Sei lá. Só pra saber.
Ela – Está. Por que não estaria?
Ele – Não sei. Você parece distante.
Ela – Eu estou na mesma sala que você. Ou será que é
impressão minha?
Ele – Está bem. Desculpa. Deixa pra lá.
Ela – Deixa pra lá o que?
Ele – Nada. Já disse. Não queria te irritar.
Ela – Quem disse que eu estou irritada?
Ele – Ninguém. É que eu pensei...
Ela – Ah, pensou? Pois fique sabendo que eu não estava nem
um pouco irritada até que você me irritou com essa mania de dizer que eu estou
irritada.
Ele – Eu já pedi desculpa. Não falo mais nada. Tudo que eu
falo é errado.
Ela – Estava demorando. Vai se fazer de vítima de novo, né?
Ele – Aí, está vendo? Eu só faço piorar as coisas.
Ela – Aí, está vendo? Vítima. E pra mim sobra o que? O papel
da megera sem coração que só briga com o pobre coitado que não fez nada.
Ele – Você não é megera, amor. Você é maravilhosa. Perfeita!
Ela – Não me vem com ironia não.
Ele – Não é ironia. Você sabe que eu te amo mais que tudo.
Ela – Tá, eu sei. Mas não é disso que a gente tá falando.
Ele – E do que a gente está falando?
Ela – Do fato de você ficar me provocando até me tirar do
sério e me obrigar a ser uma namorada ruim.
Ele – Você não é uma namorada ruim.
Ela – Claro que eu sou. Eu vivo brigando com você por nada e
não consigo fazer tudo por você como você faz por mim. Eu não tenho paciência
pra fazer nem metade do que você por faz.
Ele – Mas, meu amor, você não tem ideia do bem que faz pra
mim. Você me transformou num homem melhor.
Ela – Ah, transformei mesmo. Porque ninguém te merecia
daquele jeito, né? E aquele cabelo? Pelo amor de Deus...
Ele – Então.
Ela – Então o que?
Ele – Admite que é uma namorada maravilhosa.Ela – Sou coisa nenhuma. E para de me irritar com essa história. Eu sou má, está me ouvindo? E não te mereço.
Ele – Então vem cá, minha malvada. Senta aqui do meu lado.
Ela - (escondendo o rosto) Não.
Ele – Você está chorando, amor?
Ela – (chorando) Não.Ele – (sentando do lado dela) – Oh, amor. Eu te amo de qualquer jeito. Malvada, boazinha, maluca, carinhosa, brigona, mandona, ciumenta, impaciente, descontrolada...
Ela – Chega. Eu já entendi.
Ele – Desculpa. Eu nunca sei a hora de parar. Mas pode
deixar que da próxima vez que você estiver com TPM...Ela – O que?
Ele – Nada. Eu te amo. Não esquece. Vou tomar um banho.
Ela – Está precisando mesmo.
Ele – Desculpa. Acho que do banho vou direto dormir. Boa
noite. Amanhã a gente se fala.
Ela – Boa noite.
Ele sai.
Ela – Amooooor!
Ele volta.
Ela – Eu te amo.