Venho de longe
Não sei de onde
De tudo que fui
Quase nada vejo
Mas não deixo de ser a soma
Dessa imensidão que desconheço
Tateio dentro de mim
Procurando as peças
Desse quebra-cabeça
Que não tenho o modelo
Tampouco consigo ver
Aquela que devo ser
De tão distante que ainda estou
Mas devo seguir assim no escuro
Tentando ouvir as vozes
Indicando o caminho
Daqueles que estão fora do labirinto
De mãos dadas com outros
Cegos como eu
Fazendo o possível
Para não soltar as mãos
Sabendo que a luz que ilumina
A luz que descortina
É a que vem do coração
A luz que vem do amor
E que se expande com ele
Amar então é a resposta
O maior amor e mais abrangente possível
Que comece com um, dois, três, dez
Até alcançar a multidão
Quando o amor luz retirará as vendas
E acabará com a escuridão