quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Notas soltas - pensamentos no metrô - 3

Quando escrevo, não tenho ideia do que digo. Deixo as palavras me contarem o que elas desejarem, depois tento entender quem escreveu aquelas letras e pensou aquelas frases. Nunca sei se vem um parágrafo ou uma página. Não sei se é luxo ou lixo. Não sei se faz sentido ou foi sentido. Apenas escorro a caneta numa fileira daquelas velhas formas aprendidas no primário que hoje dizem que é fundamental. Pois, pra mim, todo aprendizado é fundamental e insuficiente. Interminável é o caminho do conhecimento porque enquanto se aprende dois, inventam dois mil. O mundo não pára de se expandir. Só acham que ele é pequeno aqueles que não conhecem seus próprios infinitos interiores. Mergulhem nos seus abismos e descubram que o fundo nunca chega, mas o percurso não é oco. Quando escrevo, não tenho ideia do que digo.

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